domingo, 26 de abril de 2009

Os Smartphones estão bombando!!

Os celulares inteligentes (ou smartphones) ainda são mais objeto de desejo do que realidade para os cerca de 124 milhões de assinantes de telefonia móvel no Brasil. Porém, esses aparelhos são a aposta da indústria de celulares para um ano de vendas mornas. Segundo a consultoria de tecnologia IDC, o segmento de smartphones deverá crescer 3,4% este ano - o único movimento positivo do mercado de celulares que, no geral, deve cair 8,3%.

"Em mercados maduros, como América do Norte e Europa, as vendas de celulares inteligentes cresceram 70,1% e 25%, respectivamente", diz o analista sênior da IDC para telefonia móvel, Ryan Reith. "Esse segmento é único e diferente do resto do mercado. Os dados porcentuais para esses aparelhos estão muito além dos telefones móveis tradicionais", diz. Para ele, se as operadoras continuarem a subsidiar os aparelhos e os desenvolvedores continuarem a aperfeiçoar suas aplicações, o segmento será "uma luz num mercado deprimido".

No Brasil, após um período de uso mais restrito ao ambiente corporativo, os smartphones começam a se popularizar. A estreia do badalado iPhone, da Apple, em setembro, e a entrada das operadoras nacionais na telefonia celular de terceira geração (3G) colaboraram para despertar o interesse do consumidor final. Não à toa, empresas como Nokia, Palm e Research in Motion (RIM, a fabricante do BlackBerry) afirmam que boa parte da expansão prevista para 2009 virá da entrada de novos usuários não corporativos.

Hoje, a maior parte das vendas da RIM ainda é feita para empresas e profissionais liberais. Mas isso está mudando. "Em toda a América Latina, a tendência é aumentar muito as vendas para o consumidor final", diz o gerente de produtos da empresa, Henrique Monteiro. No último ano fiscal, encerrado em fevereiro, a RIM vendeu 26 milhões de aparelhos - pouco mais da metade de tudo o que foi comercializado desde a sua criação, há dez anos.

Segundo Monteiro, a fabricante canadense tem investido para fisgar o usuário comum. Uma das estratégias é oferecer, gratuitamente, aplicativos como MSN Messenger e ferramentas de busca. A RIM também avalia a instalação de uma fábrica no Brasil nos próximos anos para reduzir os preços dos celulares. Atualmente, todos os modelos são importados - o mais barato está na faixa de US$ 200.

A Nokia também vê crescer um novo público para os smartphones. "Por isso, lançamos produtos com serviços como e-mail, GPS e câmera. E o preço também tem sido uma preocupação", diz Fernando Soares, gerente de produtos da empresa. Nos últimos meses, a Nokia lançou dois aparelhos mais simples e mais baratos, destinados ao consumidor não corporativo.

A Palm lançou seu aparelho "porta de entrada", o Centro, em julho. O modelo custa cerca de R$ 900 nos planos pré-pagos e R$ 100 nos pós-pagos. "A proposta do Centro é adentrar esse novo universo de clientes", diz Marcelo Zenga, diretor de marketing da empresa.

Apesar do esforço das fabricantes, o preço ainda é o grande entrave para a popularização dos smartphones. "O custo de importação é alto. Mas, com o aumento de escala, a indústria reduz seu custo e o preço tende a cair", diz Zenga. A entrada das operadoras de telefonia na rede de terceira geração, a partir do ano passado, tem estimulado esse mercado. "A chegada da 3G trouxe um novo potencial de consumo para aparelhos inteligentes."

Não há dados oficiais sobre mercado brasileiro de smartphones, mas, segundo executivos do setor, o número de usuários chegaria a 15 milhões - cerca de 10% do total de celulares do País.

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